O QUE É GLAUCOMA?
O glaucoma é um grupo de doenças caracterizadas por danos ao nervo óptico cujo principal fator de risco é o aumento da pressão intraocular. A lesão do nervo óptico pode resultar em grave perda de visão. O glaucoma é mais comum em idosos, mas pode se desenvolver em qualquer idade. Bebês e crianças com glaucoma geralmente apresentam sinais e sintomas diferentes dos adultos.
O QUE CAUSA O GLAUCOMA PEDIÁTRICO?
As causas podem variar. Em alguns casos, o glaucoma é congênito, o que significa que a criança nasce com a condição devido a problemas no desenvolvimento do sistema de drenagem do olho. Outras vezes, pode ser secundário a outras condições oculares ou sistêmicas.
QUAIS SÃO OS DIFERENTES TIPOS E CAUSAS DO GLAUCOMA PEDIÁTRICO?
Uma maneira de classificar o glaucoma é baseada na idade de início. O glaucoma congênito está presente no nascimento. O glaucoma infantil se desenvolve entre as idades de 1 a 24 meses. O glaucoma com início após os 3 anos de idade é chamado glaucoma juvenil.
Outra maneira de classificar o glaucoma é descrever a anormalidade estrutural ou condição sistêmica subjacente ao glaucoma. Muitos casos de glaucoma pediátrico não têm causa identificável específica e são considerados glaucoma primário. Quando o glaucoma é causado por, ou associado a uma condição ou doença específica, é chamado glaucoma secundário. Exemplos de condições que podem ser associadas ao glaucoma infantil incluem Síndrome de Axenfeld-Reiger, aniridia, Síndrome de Sturge-Weber, neurofibromatose, uso crônico de esteroides, trauma ou cirurgia ocular anterior, como remoção de catarata infantil. Nem todos os pacientes com essas condições desenvolverão glaucoma, mas sua incidência é muito maior que a média e eles devem ser monitorados regularmente.
O QUÃO COMUM É O GLAUCOMA PEDIÁTRICO?
O glaucoma infantil é relativamente raro. O glaucoma congênito primário ocorre na população em geral a uma taxa de aproximadamente 1 em 10.000 nascimentos. No entanto, se uma criança fizer cirurgia de catarata ou apresentar uma das outras condições listadas acima, a incidência de glaucoma será muito maior. Por exemplo, 50% dos pacientes com aniridia desenvolverão glaucoma durante a vida.
O GLAUCOMA PEDIÁTRICO É HEREDITÁRIO?
Alguns tipos de glaucoma pediátrico são hereditários. Cerca de 10% dos casos de glaucoma congênito primário / infantil são herdados. Pesquisas recentes identificaram algumas mutações genéticas específicas ligadas a esta doença; para os quais testes genéticos e aconselhamento para famílias afetadas podem estar disponíveis.
Outras condições que causam glaucoma secundário podem ser herdadas. Por exemplo, neurofibromatose e aniridia são predominantemente herdadas e transmitidas aos filhos dos indivíduos afetados em aproximadamente 50% das vezes. A incidência de glaucoma que ocorre em associação com essas condições, no entanto, é menos previsível.
QUAIS SÃO OS SINAIS E SINTOMAS DO GLAUCOMA CONGÊNITO / INFANTIL?
Os sinais e sintomas mais comuns do glaucoma congênito/infantil são lacrimejamento e piscar de olhos excessivos, sensibilidade à luz e uma córnea grande e turva, que pode fazer com que a íris (parte colorida do olho) pareça opaca.
Vale lembrar que o lacrimejamento excessivo em uma criança geralmente não é causado por glaucoma, mas devido à obstrução congênita do ducto nasolacrimal.
QUAIS SÃO OS SINTOMAS DO GLAUCOMA JUVENIL?
O glaucoma juvenil tende a se desenvolver sem sintomas óbvios, semelhantes ao glaucoma adulto. Pacientes com glaucoma juvenil costumam ter um histórico familiar positivo. No exame, a pressão intraocular normalmente é elevada e pode haver aumento da escavação do nervo óptico.
COMO O GLAUCOMA PEDIÁTRICO É AVALIADO E DIAGNOSTICADO?
Existem vários componentes no exame que ajudam o oftalmologista a determinar a natureza e extensão do glaucoma. Dependendo da idade e da cooperação da criança, alguns ou todos podem ser melhor avaliados enquanto a criança está sob anestesia.
Especificamente, o médico avaliará o diâmetro da córnea, a pressão intraocular, a transparência da córnea (para procurar a presença de opacidade e / ou estrias de Haab, que são rupturas na superfície posterior da córnea), a espessura da córnea, o ângulo de drenagem do olho (usando uma técnica chamada de gonioscopia), o comprimento do olho (para procurar alongamento do olho causado pelo aumento da pressão), o exame de refração e do fundo do olho (para avaliar presença de dano ao nervo óptico).
Nas crianças mais velhas, pode ser feito o exame de campo visual para avaliar a visão periférica, o que pode ajudar a determinar se houve algum dano significativo no nervo óptico. Testes adicionais de imagem, como a tomografia de coerência óptica (OCT), um teste que procura o afinamento da camada de fibras nervosas, pode ser útil para detectar alterações mais sutis na progressão da doença inicial.
COMO É TRATADO O GLAUCOMA PEDIÁTRICO?
O glaucoma pediátrico é tratado através da redução da pressão intraocular (PIO) por meios farmacológicos e/ou cirúrgicos. A maioria dos casos de glaucoma pediátrico primário é tratada com cirurgia. Trabeculotomia e goniotomia, que abrem os canais de drenagem, são as intervenções cirúrgicas mais comuns. Outros procedimentos que criam uma rota de drenagem do humor aquoso (fluido produzido pelo olho) para fora do olho podem ser indicados (trabeculectomia e implante de tubo de drenagem). Os procedimentos a laser também podem ser benéficos em alguns casos.
O controle do glaucoma geralmente requer vários procedimentos e exames sob anestesia. Colírios e medicamentos orais são os principais tratamentos para o glaucoma secundário e juvenil e são frequentemente usados como terapia adjuvante após a cirurgia no glaucoma pediátrico primário. Um ou mais medicamentos podem ser necessários para controlar a pressão intraocular, mesmo após a cirurgia.
Alcançar a melhor visão possível em pacientes com glaucoma pediátrico não depende apenas da redução da pressão ocular. Muitas crianças desenvolvem miopia e precisam de óculos. Além disso, a ambliopia (visão “preguiçosa”) e o estrabismo (desalinhamento dos olhos) ocorrem com mais frequência e podem requerer tratamento com tampão ou cirurgia.
Apesar do tratamento oportuno, o glaucoma pediátrico ainda pode causar perda significativa e permanente da visão. O diagnóstico e tratamento precoces, bem como o monitoramento rigoroso, são cruciais para a obtenção de um resultado bem-sucedido a longo prazo.
É POSSÍVEL PREVENIR O GLAUCOMA?
Em muitos casos, não é possível prevenir o glaucoma infantil, especialmente quando é congênito. Contudo, o uso judicioso de medicações à base de corticoides auxilia na prevenção do glaucoma secundário. A detecção precoce e o tratamento adequado podem prevenir a progressão da doença e a perda de visão.
Fonte: https://aapos.org/glossary/glaucoma-for-children