O QUE A RETINOPATIA DA PREMATURIDADE?
A retinopatia da prematuridade (ROP) é uma doença que pode levar à cegueira causada pelo desenvolvimento anormal de vasos sanguíneos da retina em bebês prematuros. A retina é a camada interna do olho que recebe luz e a transforma em mensagens visuais enviadas ao cérebro. Quando um bebê nasce prematuramente os vasos sanguíneos da retina podem crescer de maneira anormal. A maioria das ROP evoluem bem e sem causar danos à retina. Quando a ROP é grave, ela pode fazer com que a retina se afaste ou se solte da parede do olho e possivelmente cause cegueira. Bebês que nascem com menos de 1500 gramas ou antes das 32 semanas de gestação correm maior risco.
A maioria dos bebês com ROP enxerga normalmente, de acordo com a sua idade. Somente quando a ROP progride para os estágios mais graves é que a visão é ameaçada. Felizmente, a maioria das ROP resolve sem perda de visão. O problema é que é difícil prever quais bebês se sairão bem e quais irão desenvolver problemas. Triagem eficaz e tratamento oportuno são os fatores mais importantes na prevenção da perda de visão associada à ROP.
O peso ao nascer e a idade gestacional são os fatores de risco mais importantes para o desenvolvimento de ROP grave. Outros fatores associados à presença de ROP incluem anemia, baixo ganho de peso, necessidade de uso de oxigénio, transfusão de sangue, dificuldade respiratória e a saúde geral da criança.
COMO SE DIAGNOSTICA A RETINOPATIA DA PREMATURIDADE?
A ROP é diagnosticada através de um exame de fundo de olho realizado por um oftalmologista com as pupilas dilatadas (Figura 1). Os bebês com menos de 1500 gramas e com idade gestacional inferior a 32 semanas são submetidos a exames oftalmológicos para monitorar a ROP ainda na UTI neonatal. O primeiro exame deve ocorrer em torno de 30 dias de vida do bebê. Outros bebês que são considerados de alto risco pelo neonatologista também podem ser rastreados.
COMO SE CLASSIFICA A RETINOPATIA DA PREMATURIDADE?
A ROP é descrita por sua localização no olho (zona), pela gravidade da doença (estágio) e pela aparência dos vasos retinianos (doença Plus). O primeiro estágio da ROP é uma linha de demarcação que separa a retina normal da retina prematura. O estágio 2 é uma crista que tem altura e largura (Figura 2). O estágio 3 é o crescimento de neovasos anormais e frágeis (Figura 3). À medida que a ROP progride, os vasos sanguíneos podem tornar-se engurgitados e tortuosos.
QUANDO E COMO É REALIZADO O TRATAMENTO DA RETINOPATIA DA PREMATURIDADE?
Quando a ROP atinge um certo nível de gravidade, chamado tipo 1, o potencial de descolamento de retina (e possível perda permanente da visão) é alto e se considera a necessidade de tratamento.
Normalmente, existem duas opções quando se determina que uma criança atingiu o ROP Tipo I. O primeiro método é a ablação a laser, aplicada à porção imatura da retina (Figura 4). Este método de tratamento existe há muitos anos e ainda é o método mais comum de tratamento. O segundo método de tratamento envolve uma injeção de medicamento antiogiogênico. Estes medicamentos podem ser usados como uma alternativa ao tratamento com laser ou em associado a ele. A injeção é um tratamento mais recente. Embora os resultados tenham sido encorajadores, mais pesquisas estão sendo feitas para ajudar a determinar a segurança a longo prazo, a dose ideal e as taxas de recorrência da ROP. O resultado do tratamento a laser ou medicamentoso para a ROP é geralmente favorável com o desaparecimento de vasos sanguíneos anormais e a resolução da doença Plus. Apesar do diagnóstico preciso e do tratamento oportuno com o laser, a ROP às vezes continua a piorar e a retina pode descolar. Olhos com descolamento de retina causado por ROP geralmente apresentam um mau prognóstico visual. O descolamento de retina pode ser tratado com vitrectomia. Apesar do tratamento adequado, alguns olhos com ROP progridem para perda permanente da visão.
COMO DEVE SER REALIZADO O ACOMPANHAMENTO DA RETINOPATIA DA PREMATURIDADE?
É muito importante realizar os exames oftalmológicos após a alta hospitalar, pois a ROP pode não ser resolvida antes da alta. O momento desses exames é crítico, pois atrasos no tratamento podem aumentar o risco de perda da visão. Além disso, mesmo com o tratamento bem-sucedido da ROP, a prematuridade pode levar a outras anormalidades da visão. A prematuridade é um fator de risco para o desenvolvimento de ambliopia (olho preguiçoso), desalinhamento ocular (estrabismo), necessidade de óculos (mesmo durante a infância) e deficiência visual cortical. Portanto, todo bebê prematuro precisa de avaliações frequentes de um oftalmologista.
Fonte: https://aapos.org/glossary/retinopathy-of-prematurity